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Corpus Christi

O mistério que atravessa o tempo e floresce na vida da comunidade

Em junho de 1994, a imprensa local registrava com destaque a celebração de Corpus Christi na, então, Capela Nossa Senhora Aparecida e Santa Edwiges. Mais do que a beleza dos tapetes coloridos, admirava-se ali o vigor de uma comunidade que fazia da fé em Jesus Eucarístico um testemunho público e concreto. Anos depois, em 2007, com a criação da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Edwiges, essa chama não apenas permaneceu acesa, mas ganhou novo fôlego e estrutura, tornando-se marca permanente de sua identidade pastoral.

Passados trinta e um anos, na quinta-feira, 19 de junho de 2025, a paróquia viveu mais uma vez a força desse mistério. Desde as primeiras horas do dia, voluntários se dedicaram com amor e criatividade à confecção dos tapetes que enfeitariam o trajeto da procissão. Crianças, adolescentes, adultos, idosos, pastorais, movimentos e projetos sociais — todos, com o coração voltado para Jesus, ofertaram seu tempo e talento em cada traço desenhado sobre o chão. Era mais que arte: era fé em movimento, oração em gesto, louvor silencioso traduzido em cores e formas.

Ao meio-dia, como sinal de cuidado e gratidão, mais de 200 pessoas que trabalharam intensamente pela manhã foram acolhidas com um almoço fraterno, preparado com esmero pelo Projeto Dom de Amar. Com simplicidade e carinho, a refeição tornou-se expressão concreta da comunhão que nasce da Eucaristia e se prolonga no serviço.

À tarde, a Igreja Matriz e a Tenda das Padroeiras, situada ao lado da igreja, ficaram repletas de fiéis que acorreram com devoção à solene celebração da Santa Missa. O clima era de piedade, contrição e profunda adesão ao mistério celebrado. Aquele momento não foi apenas um ajuntamento piedoso — foi um mergulho no mistério. Na Eucaristia, Cristo não se apresenta como símbolo, mas como presença real, que toca o mais íntimo do nosso ser e transforma silenciosamente aqueles que se abrem ao Seu amor. Ele não se impõe com estrondo, mas se oferece com mansidão. Não apenas consola: sustenta, renova, envia. E ali, no altar da Missa e no coração dos fiéis, esse mistério se fez carne e fé.

Na homilia, o pároco destacou não apenas o sentido da presença real de Cristo na Eucaristia, mas o compromisso que ela exige dos que comungam: o compromisso de tornar-se sinal vivo do Senhor que se oferece por amor. A Eucaristia, afirmou, não termina no altar, mas continua no cuidado com os mais pobres e sofredores, nos quais o próprio Cristo também se faz presente.

Neste sentido, foram recordadas com gratidão as ações que a paróquia realiza por meio da Pastoral Social, em suas diversas expressões: a Pastoral de Rua, o Projeto Dom de Amar, o Projeto Menino Jesus, o Projeto Banho Solidário e a Conferência Vicentina Santa Edwiges. Essas iniciativas, inspiradas pela fé e sustentadas pela caridade, são rostos concretos da Eucaristia vivida, prolongamentos da Mesa do Senhor para os becos da cidade, sinais do Reino que começa aqui, entre os últimos e os esquecidos.

A procissão eucarística prolongou no espaço urbano aquilo que começou no altar — mesa e cruz, sacrifício e comunhão. O Corpo do Senhor, levado pelas ruas, não era um símbolo a ser admirado de longe, mas uma presença viva que acompanha, abençoa, visita e transforma a cidade. O Santíssimo Sacramento foi conduzido, em diferentes momentos, pelo pároco, Padre Rubens Sodré Miranda, pelo Padre Eriberto Xavier dos Santos e pelo Diácono Mauro Aparecido. A cidade, silenciosa e atenta, parecia receber aquele Deus que passa — não com estardalhaço, mas com ternura e fidelidade. Muitos se ajoelhavam ao longo do percurso, outros seguiam em oração. Cada rosto, um espelho da fé que sustenta.

Celebrar Corpus Christi é permitir que o Deus vivo caminhe conosco, não apenas nos momentos festivos, mas nos desertos cotidianos. Ele se dá como alimento na travessia, como força nas fragilidades, como luz na escuridão. E quando a comunidade se reúne em torno d’Ele, como fez neste dia 19 de junho, não há apenas celebração: há um Pentecostes silencioso, onde os corações são aquecidos e a esperança se renova.

A bênção solene ao final, concedida no saguão da Igreja Matriz, diante de uma multidão ajoelhada, coroou esse dia de graça. O incenso subia, o ostensório resplandecia, e o silêncio reverente dizia mais que palavras: “Ele está aqui.”

Corpus Christi não é apenas uma data no calendário litúrgico. É memória viva do Deus que permanece, do Cristo que se oferece como alimento e faz da sua Igreja um povo peregrino de esperança. A Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Edwiges, com sua história, seus fiéis e sua fé, deu mais uma vez testemunho dessa verdade. Porque, enquanto houver um altar erguido, mãos que servem, corações que adoram e irmãos que cuidam dos pobres, a Eucaristia continuará a florescer — como pão partilhado e presença transformadora no mundo.

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